segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Terceiro Mandamento



Wrath is everything

Segundo Mandamento




Wrath is your father, your mother, you lover.

Primeiro Mandamento




Wrath is your best friend

domingo, fevereiro 03, 2008

It´s a long way



IT'S a long way the sea-winds blow

Over the sea-plains blue, --

But longer far has my heart to go

Before its dreams come true.



It's work we must, and love we must,

And do the best we may,

And take the hope of dreams in trust

To keep us day by day.



It's a long way the sea-winds blow --

But somewhere lies a shore --

Thus down the tide of Time shall flow

My dreams forevermore.



William Stanley Braithwaite
"Punctuality is the thief of time."

- Oscar Wilde

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Ridículo


Sabemos que um país bateu no fundo quando se dá mais importância ao novo visual da Floribela, a estreia de Makukula (nos treinos) ou ao golo "histórico" do Cristiano Ronaldo, do que à instabilidade no Quénia, a subida taxas de juro, o aumento de 150% do pão, a pandemia de gripe, sei lá, o que seja.

Estamos no paroxismo do "pão e circo", sendo que não havendo pão, há circo. os palhaços são as Floribelas, os Ronaldos, as Merches, os Castel-Branco e os Morangos com ou sem açucar deste mundo. Não, os palhaços somos mesmo nós, os que perpetuamos o circo,alimentando-o na produção (como eu, confesso)ou no consumo.

Bater no fundo...não chega. Em tempos demos novos mundos ao mundo, agora damos novos fundos, porque todos os dias batemos mais abaixo do limite.

domingo, janeiro 13, 2008

A Caparica não é longe...



Poderá andar-se metido num amor a contragosto?
Claro que sim.

Um amor a contragosto é um amor em relação ao qual o sujeito que o sofre /palpita que está numa perspectiva catastrófica e que, em princípio, nada poderá fazer para evitar a catástrofe, que esta o espera no fim de tudo e se prepara para o mastigar sem contemplações, reduzindo-o a cisco.

" Reconquista-me!", diz o objecto desse amor a contragosto, entremostrando-se e furtando-se logo de seguida. E o sofrente do amor a contragosto compraz-se (afinal com imenso gosto!) em esfalfar-se e em arruinar-se nessa descida aos inferninhos do amor infeliz.

Como se chega- e para quê- a uma situação destas?
Por muitos caminhos e para muitos fins. Mas o que importa aqui dizer é que o amor a contragosto não é um amor partilhado. O sofrente nunca é igual a quem lhe inflige o sofrimento. É mais. Mais sentimento, mais tormento.

" Mas que figurões!", dirão as rãs que, na circunstância, sempre se juntam para fazer coro. É que eles- o sofrente e o que faz sofrer- não sabem que estão, na sua luta (assalto e defesa), a dar-se em espectáculo aos que, e ainda por cima isentos, assistem a essa terrível devoração afectiva.

De um amor a contragosto dificilmente se sai. É como um vício arraigado, é como um redemoinho que puxa irresistivelmente para baixo.

Talvez a única maneira, como ensinam certos nadadores experimentados em águas traiçoeiras, seja o sofrente deixar-se ir até ao fundo e aí, com um golpe rápido de braços e de pernas, sair do medonho vórtice. Então, poderá voltar à superfície, nadar para terra, sentar-se na areia e dizer:
- Olha do que me safei!- O mundo recobrará cor e significado.

Quem tiver na situação de sofrente, metido num amor a contragosto, pode treinar esse processo de salvação. A Caparica não é longe.

Alexandre O'Neill ( Uma coisa em forma de assim)

terça-feira, janeiro 08, 2008

Medo




Nunca primei pela coragem. Sou demasiado inteligente para ser corajoso. É-se herói muito mais facilmente quando se é, se não burro, pelo menos, inconsciente.

Nunca fui (assim tão) burro e fui atirado para as águas frias da consciência muito cedo.

A morte do meu irmão, a dois dias de eu fazer 25 anos, foi um episódio (re)fundador: ensinou-me o valor da vida e mostrou-me que morrer é fácil. Demasiado fácil.

A maior parte das pessoas passa pela maior parte da vida abençoado com a ignorância deste facto.

Desde que me dediquei à nobre arte de descer ondas (é a única referência), confrontei-me algumas vezes com situações limite. Houve mesmo uma vez em que pensei, mesmo, que ia morrer. O facto de ter tido tempo para pensar nisso debaixo de água diz muita coisa...

O medo pesa. Duplamente. Porque nos impele a viver mas, ao mesmo tempo, impede-nos de viver irreflectida e intensamente.

E esse é o seu paradoxo.

A vida seria muito mais simples se eu fosse burro.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Montanhas de Água

Tenho recebido algumas críticas de amigos que me acusam de estar a reduzir este espaço (e a minha cabeça) a um repositório de ondas surfadas e poor surfar.

Talvez. Quem me conhece bem, sabe que sou dado a paixões arrebatadoras. É verdade, não riam. E a verdade é que estou apaixonado pelo mar. Não, não vou elaborar sobre isto para não dizer grandes disparates.

Mas tenho de vos falar do 3º Special Edition da Nazaré: para os leigos, apenas dizer que...como descrever...?

Ok,imaginem 20 loucos a mandarem-se abaixo de montanhas de água com 6 e 7 metros (que é como quem diz 10 metros em medida não-surfista) com o recurso a, apenas, pranchas de bodyboard e barbatanas.

Montanhas de água, foi o que eu vi ontem na Praia do Norte, Nazaré. Não vos peço esforços de imaginação. Seguem algumas fotos.









sexta-feira, dezembro 07, 2007

Finalmente...a foto


E deviam ter visto no dia anterior...

sexta-feira, novembro 30, 2007

Mãos atadas


Prometi que nunca mais deixaria que me manietassem, que me enclausurassem, de corpo ou espírito. Porque os que partiram deram-me as chaves das algemas para que, assim que lavasse a água que me queimava os olhos, pudesse nunca mais chorar.

Em parte, resultou. Nunca mais chorei e, creio, nunca mais o farei. Mesmo que quisesse acho que me esqueci de como se faz.

Mas falhei. Deixei que me atassem novamente as mãos e cá estou, mais uma vez, prisioneiro nem sei bem do quê, objecto de intrigas, invejas e afogado num asco sufocante.

Tenho as mãos atadas. Mas libertar-me-ei. E não faço promessas. Não preciso.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Sem palavras


As palavras são um empecilho. Uma ponte que rui, ruidosamente, cada vez que te tento explicar, mostrar quem (o quê, porquê) sou. Apetece-me rasgar o peito, abrir as costelas para cada lado, como de um livro se tratasse, arrancar o músculo palpitante e esfregá-lo, sangrento, numa folha de papel. Eis o meu testamento e a minha carta de amor.

A mais bela balada

Porque (também e cada vez mais) há dias assim...

quinta-feira, novembro 08, 2007

quarta-feira, novembro 07, 2007

segunda-feira, novembro 05, 2007

domingo, novembro 04, 2007

Jornal+ismo, Capital+ismo

Nunca quis discutir trabalho neste espaço. Sempre achei que era preferível guardar temas mais elevados ou mesmo mais limpos que a escravatura do homem pelo homem, termo marxista para o que é mais conhecido nos moldes modernos, e num termo também herdado pelo tio Karl, como Capitalismo (desculpem a asneira).

Capitalismo que, nos dias que correm, rima cada vez mais com jornalismo. Pelo menos com a indústria de produzir conteúdos que é ao que o jornalismo foi reduzido. Ou, como lhe chamo: charcutaria fina.

Exploração. Despedir os que ganham muito, manter os que ganham pouco e trabalham muito. A qualidade do produto é secundário, o que interessa é encher o chouriço (daí a charcutaria).

Recentemente, os administradores do grupo a que o meu jornal pertence -- e a merda começou precisamente com os grupos e para os "lobbies" políticos que legislam por sua encomenda --, vieram explicar que agora vamos ter de produzir conteúdos extra para o "site". E sim, claro, pelo mesmo preço. Um aumento de...contributo. A contrapartida era a formação em programas que se aprendem a dominar num par de horas. Ah...e mantermos os empreegos, o que hoje em dia... Vampiros de merda.

Hoje estive a falar com um empregado da SIC (somos todos operários agora) que explicou que agora trabalham para a SIC, para a SIC Notícias, para a SIC online, e ainda fazem uns "bicos" (a terminologia não é inocente) para o Expresso.

Temos de traçar a linha em algum lado. Infelizmente, como temos um sindicato que não existe, e que boicota sucessivamente a formação de uma Ordem dos jornalistas (perdiam os tachos), acho que a solução que se coloca a quem não está disposto a ser mais vampirizado e rebaixado é sair.

A porta está aberta.

quarta-feira, outubro 31, 2007

O maior dos crimes


A traição é o maior dos crimes porque pressupõe que também somos culpados...por confiar.

sábado, outubro 20, 2007

Há dias assim...




Animais


Passamos a vida a rejeitar o que de mais verdadeiro há em nós. O animal. A besta. O solo escuro e espesso que se esconde debaixo da fina camada de cultura que há em nós e que, ao mesmo tempo a suporta e alimenta.


Tudo o que fizemos desde que deixámos as cavernas há coisa de 50 mil anos não é mais que ecos do que somos. Feitos de cultura. De verniz.


Somos animais. Sim, e daí? Porque bestas só as humanas.