segunda-feira, setembro 29, 2008

sexta-feira, setembro 26, 2008

É amanhã

Depois de não sei quantos ameaços, amanhã bem cedo vou estrear-me, finalmente, na Praia do Norte.

E que Deus me ajude...



sábado, setembro 13, 2008

Regresso




Acabei de escrever as penúltimas linhas desta jornada pelos países de Leste. Parto com o doce sabor da vitória nos lábios, mas também o da saudade. Foram 10 dias que me pareceram um mês, repartidos por 3 países. Uma aventura para recordar a juntar a outras que tenho acumulado ao longo destes 10 anos de jornalismo.

Tenho saudades do sol e do sal, da casa e do amor. Amanhã, se Deus quiser, estarei a aterrar em Lisboa. Seria bom que todas as distâncias fossem tão curtas como aquelas que separam Tallin e Lisboa, Estónia e Portugal, a Terra e o Sol.

Porque há casas às quais nunca mais se pode regressar. Dessas apenas podemos transportar a memória do seu calor aqui dentro, neste edifício de osso e músculo e memória.

Até já

quarta-feira, setembro 10, 2008

Contrastes




Bem, o avião lá aterrou e, agora, na véspera da partida para a Estónia, depois de três dias de Letónia, posso dizer que nada poderia ser mais diferente da Macedónia do que isto.

Esperava encontrar um país muito marcado pelos 50 anos de ocupação soviética mas o que encontrei foi mais um país escandinavo do que algo saído de trás da cortina de ferro.

Minimalista, limpo, organizado e até estranhamente rico. Parece que logo após a independência estes senhores registaram anos com taxas de crescimento na ordem dos 10%, o que é de loucos num país com poucos recursos naturais e uma indústria pouco significativa.

Conseguiram este milagre com um modelo misto entre o socialismo e o capitalismo. Qualquer coisa como um capitalismo controlado pelo Estado. Talvez por ser um país muito pequeno, a coisa funionou. Se bem que agora, com uma inflacção na ordem dos 15% e a subida das taxas de juro, o optimismo que encheu as ruas de Riga com carros de luxo abrandou substancialmente.

Talvez por isso um estudo recente de uma universidade norte-americana tenha colocado a Letónia como um dos países mais infelizes do Mundo.

Quanto às pessoas, os 30% de russos e a maioria letã mais os cruzammentos de gentes e raças, resultaram num produto interessante.

As mulheres são de uma beleza nórdica mas com um toque eslavo e, por vezes algo asiático que lhes confere uma graça muito própria.`Há alturas do dia no centro de Riga em que parece termos sido transportados para uma passerelle qualquer: altas, louras, de olhos claros e rasgados, vestidas`com os últimos trapos da moda e botas de cano alto a salientar as pernas longilíneas, bem... podemos dizer que o fisioterapeuta da comitiva anda a ser muito solicitado para resolver torcicolos...

A cidade em si é também muito bonita. Rica em arquitectura medieval e manifestações de "art noveau", a paisagem urbana é uma sinfonia harmoniosa e rica em que as torres das igrejas funcionam como os instrumentos mais sonantes.

Depois, existe muita música. As melhores escolas de música e dança de Riga produziram nomes como o bailarino Barashnikov entre outros.

Riga vai deixar-me alguma saudade. Mas, aqui para nós, não era cidade para mim. Tenho saudades do peixe grelhado, do sal do Atlântico e, já agora, de mulheres com menos de metro e oitenta...

sexta-feira, setembro 05, 2008

Onde estás, Alexandre?




Macedónia. O nome faz ressoar memórias dos livros de História. Pátria de Filipe e do célebre rebento: Alexandre. Um jovem rebelde e ambicioso sanguinário que ficou para a eternidade como o Grande.

Estes macedónios, filhos da antiga Jugoslávia nada têm a ver com o povo grego que deu à luz Alexandre. Estes são uma mistura de albaneses, kosovares, ciganos, turcos e outras etnias mais obscuras.

A paisagem urbana mais parecida que já vi com isto foi em Cabo Verde. Basta substituir o ocre luminoso e árido por um cinza sujo. É, de resto, o mesmo cinzento que me impressionou em Pozeravac, há uns anos. Falo de uma terrazinha sinistra na Sérvia. O berço de Slobodan Milosevic, imagine-se. Pois, mas este cinzento é menos puro e sinistro. É só sujo.

Na verdade esta Macedónia é um pouco uma fraude. Uma terra de gente sem terra que procura na figura do conquistador uma figura que os agregue, como Tito fez com a Jugoslávia. Não sei se será possível unir esta gente. Aliás, não sei se isto é uma nação. Não, são muitas enroladas numa bandeira e num nome: Alexandre.

Esta é a minha segunda noite aqui em Skopje e agradeço o facto de amanhã ser a última. Depois seguem-se Riga e Talin´. Letónia e Estónia, respectivamente. Dizem que Riga é uma cidade bonita: o património é rico w as mulheres acariciam a vista...mas também dizem que é a capital europeia dos homicídios.

Não me parece que alguém me queira tratar da saúde. Na verdade, medo, medo, só da porcaria dos aviões. É que quanto mais voo mais sinto que ando a desafiar as estatísticas. A ver vamos...

Bem, estou a cair de sono. Uma página já lá está e a cerveja macedónia já me pesa no estômago. Já não tenho entranhas para a bebida. Ou para quase nada.

Vou dormir. Ou tentar. A porcaria do pretenso ar condicionado faz um barulho comparável a uma velha asmática. Bem, pelo menos, não me sinto só.

Boa noite, a próxima entrada será na Letónia. Assim o avião o permita.