quinta-feira, março 13, 2008

Um mini clube



A primeira vez, até pensei que fosse coincidência. Mas seria? Haveria outro mini azul e branco perto da minha casa com quem o gajo me confundisse? Mas à segunda vez não havia dúvidas.

Aconteceu-me duas vezes ao sair de casa cruzar-me com um mini preto que de ambas as vezes me saudou com os máximos. A minha reacção foi sempre a mesma: perplexo com o gesto, apenas acenei a cabeça, tentando perceber se o conhecia de algum lado.

O facto é que não. O tipo estava a saudar um tipo que, como ele, tomou a opção apaixonada (leia-se irracional) de comprar um mini.

Adoro o meu carro, mas reconheço que é uma escolha pouco lógica. Senta quatro pessoas (à frente tem espaço em barda mas os passageiros atrás não podem ter mais de 1'75 se não ficam um pouco desconfortáveis), e a bagageira é excelente para levar um saco de viagem. Ponto.

De resto, anda muito bem (0 aos 100km em 9,9s 190km/h velocidade de ponta anunciada, embora já tenha dado 185 km/h e com muita rotação para dar na 6ª...) arruma-se bem, é seguro, dá um gozo do caraças de conduzir (curva que é um sonho) e, porque não dizê-lo, é lindo.

Mas agora, começo a perceber que mais do que um carro comprei um bilhete para um clube. É que por ser um carro pouco racional...até porque não é barato...há poucos, e os donos partilham um sentimento de solidariedade ou, porque não dizê-lo, fraternidade. Como se a nossa opção de veículo nos distinguisse do resto do mundo.

Enfim, da próxima vez, respondo-lhe com máximos também. Afinal, nós dos minis temos que ser uns para os outros.