quarta-feira, junho 30, 2004

Laranjada

Ok, estou de volta. Agora vamos lá espremer essas laranjas!

sexta-feira, junho 25, 2004

Sem palavras

Estou triste. Pesaroso por não ter palavras para poder narrar toda a bela história que vi ontem ser contada pelos homens de vermelho e verde vestidos. E até por aquele de cinzento que trazia o sangue mais vermelho e a esperança mais verde. Foste grande, Ricardo.

Mas pronto, chega de falar de futebol. Neste momento, estou a fazer os preparativos para ir passar dois dias a Corfu. Enfim, é mais ou menos trabalho, mas coisa ligeira. Regresso no dia de Portugal, dia 30 de Junho, em que, mais uma vez, os nossos rapazes levarão mais longe o nome de Portugal.

PS: para as vozes sem nome, eu só escondo o meu quando o meu interlocutor me conhece até à medula e sabe bem com quem fala, olhos nos olhos. Por isso, para os anónimos inomináveis, um recado: eu confio em mim, porque pelo menos eu assumo as minhas decisões e sigo-as até me provarem enganado. Esta é uma excepção, a próxima vez que quiserem uma resposta identifiquem-se, porque eu gosto que se dê os nomes aos bois.

quinta-feira, junho 24, 2004

De mãos limpas!

Para todos os que massacraram esse grande benfiquista chamado Ricardo, apenas uma questão: Vitor quê?

E chega

Só uma breve declaração: Vamos ganhar!

sábado, junho 19, 2004

Remember Aljubarrota

Amigos, está a chegar a hora em que esta malfadada "geração de ouro" do futebol português (os pernas-de-pau do Mundial de 66 não interessam para nada, pois não?) vai encontrar o seu destino.
É uma hora de desígnios nacionais. Foi a pensar neste momento que D. Afonso Henriques bateu na mãe e que o Conde de Andeiro foi pontapeado pela janela fora. Amigos, egrégios avós, poetas, marinheiros...compatriotas, estão a tocar os sinos a repique e o clarim de guerra chama-nos para o campo. Qual Europa qual carapuça! Vamos fazer "nuestros hermanos" engolir caramelos!

Ah, e Luís, só aqui entre nós, faz de conta que és português do Laranjeiro e não madridista dos sete costados e vê lá se marcas um golito. É que já não me lembro de te ver jogar à bola como jogavas antigamente. É que eu vejo poucos jogos do Real, sabes?

E quanto ao resto do Europeu, quero lá saber, eu quero é ganhar este jogo,carago! (translation: carago -- mithical war cry normaly used by the northern portuguese tribes and with reasonable success)

Remember Aljubarrota! Viva Portugal!

quarta-feira, junho 16, 2004

Descobrimentos

A poucas horas do encontro com a Rússia (que por acaso, até acho que vamos ganhar), importa aqui fazer uma reflexão. Assisti com algum pasmo à proliferação de bandeiras e bandeirinhas verde-rubras por todo o lado. É curioso este povo português que há 500 anos vive à sombra dos feitos de meia-dúzia de grandes heróis. Ok, fomos os maiores...há meio-milénio, ok?! Não vemos os Estados Unidos puxar sistematicamente pela chegada à Lua, pois não? E estamos a falar de um país com pouco mais de dois séculos de história, ao passo que Portugal tem oitocentos anos de herança às costas. É bom o amor pela pátria, mas o amor reflectido, diário, traduzido em actos, em produtividade.
A nossa selecção nacional de futebol é um bom exemplo de portugalidade, de um país que perdeu duas oportunidades históricas de ser realmente europeu: o plano Marshall, uma mão estendida dos vencedores da II Guerra Mundial e que o nosso querido Oliveira Salazar preferiu rejeitar; e os fundos estruturais da União Europeia que o outro querido Cavaco não soube administrar.
Louve-se a paixão deste povo pelos ditadores. É normal, ou não fosse este um país sem pai, fundado por um rei que celebrou a sua fundação batendo na mãe. Mas isso Freud explica.

Eu amo este país. Amo Portugal como um homem que vê o país refém de uma montanha de problemas e que a quer desfazer. Todos os dias agarro na picareta e tento desbastar o enorme rochedo, cuspindo nos capatazes que se intitulam nossos governantes e esperando, ingenuamente, não estar sozinho na luta. O problema é que há uns dias parei, levantei a cabeça enquanto limpava o suor da testa, e constatei que ao meu lado, em vez de picaretas, o povo empunhava bandeiras. É bonito,mas mesmo que a nossa selecção de futebol chegue à final,(e porra! é só futebol!)o que farão às bandeiras no dia 5?

sábado, junho 12, 2004

E quando a bola rola

Falta pouco mais de meia-hora para o pontapé de saída do Portugal-Grécia, o jogo de arranque do Euro'2004. Há algum tempo que cultivo um certo desprezo pelo que é "popular". Desconfio sempre daquilo de que toda a gente gosta. Como diz o poema, às vezes ir pelo caminho menos frequentado faz toda a diferença. E há um grande perigo na embriaguez das multidões, no esquecimento do indivíduo varrido pela irresistível maré das massas. E lá vão as crises, lá vai a escassez, lá vai o desemprego, as contas por pagar, o ordenado que não estica e a pobreza que espreita. Lá vai o défice democrático, o crime que aumenta, a confusão que grassa. É o apelo do circo, sempre mais forte quando rareia o pão.

É perigoso esquecer. Mas vou abrir uma excepção. E quando o Pauleta marcar o primeiro golo vou festejar. Porque às vezes sabe bem embriagarmo-nos de esperança...90 minutos de cada vez.

quarta-feira, junho 09, 2004

Er(r)os

Errar é humano, diz-se por aí. Quanto a mim costumo dizer é que se este axioma for verdadeiro, então não há gajo mais humano que eu. Tenho uma amiga que diz que eu gosto de me colocar na linha do comboio, vejo-o chegar e, mesmo assim, sou incapaz de dar o passo ao lado que me salvaria.
Recentemete tentei salvar-me. Ou melhor, redimir-me. Ou melhor ainda, redimir a parte do erro que me cabia. Não foi dos maiores que já cometi, tanto que ainda hoje penso se o que cometi foi mesmo um erro. O que é certo é que já passou tempo de mais e o mundo mudou tanto desde que certas palavras (não) foram ditas...
Mas como estava a dizer, tentei a redenção: voltei a falar (comunicar é mais exacto) com alguém de quem gosto e respeito. Alguém que mudou muito mas que, acredito, mantém o essencial.

Assim, como prova de amizade, isto é para ti: fôr, compôr, expôr, amôr, estupôr, louvôr, cantôr, furôr, mentôr, sabôr

terça-feira, junho 08, 2004

Lugares comuns e mulheres

Adoro lugares-comuns. Existe uma sabedoria comprovada naquelas expressões nascidas já não se sabe onde mas que à força de repetição parecem pulular por todo o lado até à quase omnipresença. Como jornalista que trabalha num diário desportivo, tropeço em pérolas destas todos os dias pelo que de tanto as repudiar acabei por lhes ganhar um estranho afecto. Mas é uma relação enquinada, um pouco à imagem do que se diz de algumas mulheres: brincamos com elas até se nos colarem. As mulheres são sempre uma boa analogia. Para tudo. Seres tão maravilhosos e complexos que até nos esquecemos que são da mesma espécie biológica. Mas serão mesmo? Quanto mais as conheço mais duvido. Mas no final só dá vontade de fazer rolar outro lugar-comum: não se pode viver com elas mas também não se consegue viver sem elas.
Na minha vida conheci dois grandes ramos dessa fabulosa família de belos mamíferos bípedes tão semelhantes ao homem: as mulheres que nos amam e as que nós amamos. Para mim, a grande diferença entre as duas famílias é o movimento. As primeiras precisaram sempre de uma força externa (eu) que lhes imprima a energia necessária para que saiam da minha vida; as segundas, animadas de uma presença de espírito invulgar vão sempre pelo seu próprio pé, em velocidades variáveis mas com destino inexoravelmente definido e definitivo. Por vezes penso se não será por elas saírem que as amo. O amor pela perda e pelo irreversível é tão lugar-comum e, ao fim ao cabo, tão português.

sábado, junho 05, 2004

O princípio

Não posso deixar de dizer que começo este blog com muitas reticências; não gosto de me expor. Contudo, estou farto de viver com demasiados pensamentos cruzados (a estática mental é insuportável) e esta talvez seja a melhor maneira de exorcizá-los. Esta é uma época de novos princípios; chegou a altura de abrir as gavetas.