quinta-feira, agosto 26, 2004

O mais antigo desporto do mundo

É o mais antigo desporto do mundo. Implica corrida de velocidade, de fundo e meio-fundo, salto em altura da janela dos fundos, pugilato, luta artística em lençóis, tiro (se a coisa correr mal), natação (depende do cenário), além de complexos exercícios de táctica, estratégia, disfarce e (des)ilusão.

Falo-vos do adultério. Quase toda a gente já praticou este antigo e popular desporto de massas. E quem não o praticou vai, quase de certeza, praticar ou conhece alguém que já o experimentou, corre o risco de experimentar ou até que é um profissional olímpico (a proposta para modalidade de apresentação em Pequim 2008 já está em estudo).

Pronto, aqui se levantam as vozes indignadas de todos os meus leitores e leitoras. Bem, de quase todos. Ok, existe o amor e a fidelidade e isso tudo mas, amigos, é só uma questão de tempo.

É certo que falo contra a minha experiência, já que nunca pratiquei tal actividade. Bem, mais ou menos...hmmm...ok, nunca enganei nenhuma namorada, vamos dizer assim. É certo que uma vez ou outra surgiu a oportunidade de me inscrever numa das provas de adultério olímpico, mas sempre optei pela saída mais fácil, ou seja, acabei com a namorada para não a enganar. Limpinho, né? Honesto, certo? Errado.

Porque é que temos de magoar desnecessariamente a pessoa com quem estamos por causa de algo que, na maior parte das vezes, não passa de "desporto"? Exactamente, salto em altura da janela das traseiras, luta artística nos lençóis, ah...malabarismo com o registo do cartão de crédito (apenas para amadores, pois na alta-competição usa-se dinheiro vivo, "cash", espécimen"...vocês sabem o que eu quero dizer).

A monogamia é uma bela realidade, ok, não estou a dizer o contrário, mas para manter a saúde de uma relação, temos de, de vez e quando, saltar a cerca, certo? Certo...bem, quase.

Como quase os desportos ou medicamentos (porque o adultério pode ser terapêutico), há contra-indicações:

a) Nunca brincar com isto num momento em que a relação está fragilizada

b) Nunca o fazer com amigos do casal

c) Nunca, mas nunca o fazer se ainda não se sabe distinguir sexo de amor

E FINALMENTE, A MAIS IMPORTANTE:

d) Nunca o fazer se se ama a pessoa com quem se está. Perceberam? Mas também, quem é que acredita nisso do amor, né?

Férias

Férias. Uma palavra que normalmente se traduz em destinos mais ou menos exóticos, quartos de hotel, monumentos, viagens, aviões, comboios, carros e afins. Em suma, movimento.

Pois, mas não desta vez. Estas férias, para este gajo, significam estar perto de casa, acordar cedo, ir ao café da esquina, fazer compras no supermercado da vizinhança, estar com os amigos ou simplesmente estar, ou seja, o contrário de ir.

É que de há alguns anos para cá, o meu trabalho obriga-me a fazer tudo aquilo descrito no primeiro parágrafo. E férias deveria significar o contrário da rotina de trabalho, porque mesmo quando essa rotina parece excitante para o comum dos mortais , acreditem, pode ser rotina.

Ou seja, estou por cá. E sem dor de dentes :)))