quarta-feira, dezembro 28, 2005

Tumor

Tumor. A palavra é assustadora porque de tantas vezes ter sido utilizada como um eufemismo para cancro, acabou por lhe ficar umbilicalmente ligada.

Pois, mas a verdade é que tenho um. Um tumor. As palavras do dentista deixaram-me num transe meio pânico mas rapidamente explicou que não havia indícios de malignidade. Ou seja, nada aponta para que seja, pois, cancro.

Mas assusta.

Dizem agora que tenho que fazer uma operação em São José. Coisa com anestesia geral. "Implica abrir-lhe o palato e extrair a massa, o quisto"...pois, o tumor.

Assusta, pois assusta.

O médico diz que não corro risco significativo mas que terei mesmo de tratar isto o mais rapidamente possível. Diz para não me preocupar muito, mas para me preocupar. E estou preocupado.

Estou muito preocupado.

Que o pós-operatório será complicado, com 15 dias de "muito mal-estar", o que traduzindo quer dizer dor severa e dificuldades em alimentar-me, que só poderei "comer caldos e alimentos moles". Mas, sinceramente, nem me importo. Quero esta massa fora do meu corpo, este...tumor.

Confesso: estou com medo. Rio, brinco com isto mas estou com medo. "Não há sinais de malignidade." Uma única frase que me dá segurança, mesmo contra a que a completou: "Mas só teremos a certeza absoluta quando abrirmos." Pois...medo.