segunda-feira, agosto 28, 2006

Sem título

Gostava de dizer que sinto
Mas não consigo
Gostava de dizer o quanto lamento
Juro-te que tento
Mas as cinzas que deixaste
Enchem a cova no meu peito
Asfixiam a vida, o alento

A chama, uma sombra
O fogo reduzido a nada
A memória de um sorriso
É sangue, escura, salgada

Grito de ódio impotente
Prisioneiro do conceito
Ditador, absurdo
Golpeio as paredes
Desta cela de dor
É verdade que partes?
É possível que abandones?

Sais do jogo sem acabar
Sais da vida sem jogar
Sais assim, sorrindo
O sorriso de sempre

Esse sorriso que só me faz

Chorar