quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Dias de chuva





Estou farto de chuva. A rotina nos primeiros 15 dias consista em levantar-me, arrastar-me para o computador, ver as previsões. Excepto nos dias em que ouvia chover tanto que me virava para o outro lado e dormia. A partir do 20º dia, nem me levantava. Ja tinha visto as previsões na véspera e eram daquelas que não deixavam margem para dúvidas: não surfas. Ou pior, não surfas esta semana nem te sei dizer quando voltarás a apanhar uma onda.

Mas existe uma razão para tudo. A vida de um ser humano é tão curta que tudo acaba, forçosamente, por encaixar. Acredito cada vez mais nisto.

É certo que a chuva me estragou o acto de apanhar ondas, para já, mas não o acto de surfar. Porque surfar é, na sua essência, explorar o meio, colocares-te no local exacto no timing preciso e aproveitar algo que te transcende mas que ganha novo significado contigo.

Foi o que fiz.

A intranquilidade e a fome acordaram-me. Despertaram-me de uma letargia em que estava mergulhado há meses. Não, há anos.

Fez-me procurar algo maior que eu e...atirar-me.

Porque uma onda que passa vazia é uma oportunidade desperdiçada. Mas uma onda que se aproveita e se explora transforma-se em algo mais: é surf.

É vida.

E a minha vai começar novos capítulos.

Em breve...