quinta-feira, outubro 21, 2004

Misantropo

Misantropo. Para quem não se lembra ou não passou por isso (Sim, que eu não estou a ficar mais novo), esta era uma das palavras que pintalgava a PGA (Prova Geral de Acesso), prova polémica que mandou abaixo ministros da Educação e deu mais uma das muitas facadas no governo de Cavaco.

Tudo isto irrompeu pela minha memória dentro quando vi a carga policial aos estudantes de Coimbra que tentavam invadir (pacificamente, sublinhe-se) o Senado académico. A causa das queixas, desta vez, mais uma vez, são as propinas mas poderia ser outra coisa qualquer, quem sabe, até a PGA.

Quanto a essa prova, devo dizer que até gostava daquilo: não tinha de se estudar e podia-se colocar em acção todo o manancial de conhecimentos que o puto já tinha acumulado aos 17 anos.

Mas era o princípio da coisa, que me parecia algo fascista, que me levou à rua a protestar.

Todavia, nem nos piores tempos da Ferreira Leite e do Grilo na Educação e do Cavaco no governo, vi algo semelhante áquilo que se passou em Coimbra: é o (des)governo Santana em todo o seu esplendor.

Entretanto, e ainda na mesma linha, gostei muito de ver Morais Sarmento assumir a vocação ditatorial deste (des)governo quando em pleno Parlamento advogou que o (des)governo deveria controlar a programação da televisão pública porque "não são os administradores ou os jornalistas a responder perante os eleitores".

Fantástico.

Já agora, porque não colocar o povo a governar directamente? Venha a anarquia e pronto. Sim, porque pela mesma lógica do senhor ministro, não são eles a sentir na pele os efeitos da sua desastrada governação?

Enfim, como se dizia em 92: Cambada de Misantropos