terça-feira, maio 31, 2005

Guerra das Estrelas

Estávamos em meados da década de 80, no tempo em que ainda ia a matinées. O local, um cinema da Linha do Estoril. Tinha ido acompanhar a minha mãe numa visita a um familiar e, aborrecido de morte, lá cravei uns trocos para ir ver um filme de que ouvia falar há anos e que estava em reposição. Era a Guerra das Estrelas.

Passaram-se anos desde que me foram apresentados o jovem Luke Skywalker, o rebelde Han Solo, o sábio Obi Wan ou a irreverente princesa Leia.

Sábado passado arrastei a minha namorada para ver o Episódio III da Guerra das Estrelas. Foi a ponte para aquela já distante tarde de 80 e tal.

Foi também uma porta aberta para uma série de questões e temas que me apaixonaram nos três primeiros episódios da série (que também são os últimos, perceba-se lá isto).

A corrupção dos regimes democráticos e dos homens que, afinal, os compõem; o amor, a morte, a relação entre pais e filhos e a redenção dos pais pelos filhos, a proximidade entre os opostos. Conspiração, intriga, fosso de gerações.

E aqui chegamos às críticas que facilmente enchem as páginas da especialidade. Que é incoerente, que existem incorrecções científicas e tecnológicas. Que os robôs não ficavam obsoletos apesar dos anos, se não haveria ecografias ou outro tipo de processos para determinar se eram gémeos ou não, etc, etc, etc.

Pois é. A mania de olhar para as árvores em vez de contemplar a floresta. Amigos, esqueçam as naves, os robôs e os alienígenas. No séc. XVI William Shakespeare escreveu peças com fadas e outros seres fabulosos. Há algum crítico que fale contra o mestre?

Não digo que a "Guerra das Estrelas" seja digna de Shakespeare, mas o homem não desdenharia uma história destas. Só que com fadas em vez de robôs.