Os cínicos costumam dizer a respeito a política qualquer coisa a respeito das moscas e da merda. Não sei se sim se não.
O que eu sei é que, merda ou não, há coisas que, de facto, não mudam. Há coisa de uma década indignava-me com a "derrapagem financeira" (belo eufemismo) do Centro Cultural de Belém. Mais que o despesismo, criticava um governo que pensava que o evidente défice cultural do país se resolvia com projectos megalómanos.
Muito tempo passou, vários governos se foram com a espuma dos dias, e, no entanto, hoje inaugura-se mais um CCB. Só que como as coisas mudam, este chama-se Casa da Música e é no Porto.
Gaba-se a arquitectura, fala-se das maravilhas que este projecto vai trazer à vida cultural do país, etc, etc.
Só sei que um projecto com orçamento previsto para 40 milhões de euros (oito milhões de contos dos antigos) apresenta hoje uma factura de 100 milhões, ou seja, vinte milhões dos entretanto extintos contos. Pois, porque as coisas mudam...
Posto isto, algumas perguntas:
Quantos teatros se constroem com 100 milhões?
Quantas bibliotecas?
Quantas escolas?
Quantos empregos para
professores, educadores, músicos, actores, se podem criar?
Isto é tudo CCB -- Centralização Cultural para Burros.
Porque a cultura não é isto.
quinta-feira, abril 14, 2005
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