quarta-feira, março 22, 2006

Ridículos

O medo é das forças mais poderosas da psique humana. Eu tenho medo de muita coisa: medo de vespas, de alturas, medo de estar sozinho no mar, enfim, medo de muita coisa; alguns medos têm um fundo mais ou menos racional, outros nem por isso.

Todavia, há um medo que se sobrepõe a todos: medo do ridículo. E como se cai no ridículo, perguntam vocês?

De muitas maneiras. A pior, todavia, é mentir descaradamente, com mesuras e gentilezas, tecendo teias de hipocrisia tão diáfanas e transparentes como as das aranhas.

Detesto a hipocrisia, a falsidade, a lata de quem nos passa a mão pelo pêlo quando na realidade prefere ver-nos pelas costas. Ou não nos ver.

Só tenho pena de ser tão burro que só percebo a armadilha quando já lá caí. Várias vezes.

Enfim, acho que também lá cair tanta vez tem o seu quê de ridículo. E sendo assim já o fui. Também várias vezes. Porque há crimes em que a vítima é tão culpada quanto o criminoso.

3 comentários:

Carla disse...

A confiança, a inocência até prova em contrário, não deviam ser ridículas. Lamentavelmente, a maioria das vezes revelam-se ser.

Anónimo disse...

Temer o ridículo é um medo infundado, porque acho que todos somos ridículos de vez em quando ou se tivermos menos sorte, muitas vezes. Quando nos conseguimos rir de nós próprios e não levar as situações mais a peito do que elas merecem, já é um caminho para sair do ridículo.
No entanto, as pessoas a que te referes no teu post parece-me a mim que nunca chegam a perceber como são ridículas nas suas atitudes. Por isso mesmo nunca melhoram e vivem numa fantasia de grandeza, completamente iludidas. Uma situação trágica se queres saber. Para elas e para nós, que mesmo aprendendo com as cabeçadas da vida ainda não somos poupados às suas figuras verdadeiramente ridículas.
A verdade dói, mas é extremamente reconfortante. Por isso, mesmo longe da nossa zona de conforto vale a pena apostar nela. Eu acredito nisso, mesmo que agora vá procurando dosear as minhas incursões nesse caminho. :-))

Paula

Anónimo disse...

ãh?!

Reacção familiar? Deja vu? Tenho saudades destes labirintos mentais nos quais me perco logo à entrada.

um grande beijo