quarta-feira, setembro 10, 2008
Contrastes
Bem, o avião lá aterrou e, agora, na véspera da partida para a Estónia, depois de três dias de Letónia, posso dizer que nada poderia ser mais diferente da Macedónia do que isto.
Esperava encontrar um país muito marcado pelos 50 anos de ocupação soviética mas o que encontrei foi mais um país escandinavo do que algo saído de trás da cortina de ferro.
Minimalista, limpo, organizado e até estranhamente rico. Parece que logo após a independência estes senhores registaram anos com taxas de crescimento na ordem dos 10%, o que é de loucos num país com poucos recursos naturais e uma indústria pouco significativa.
Conseguiram este milagre com um modelo misto entre o socialismo e o capitalismo. Qualquer coisa como um capitalismo controlado pelo Estado. Talvez por ser um país muito pequeno, a coisa funionou. Se bem que agora, com uma inflacção na ordem dos 15% e a subida das taxas de juro, o optimismo que encheu as ruas de Riga com carros de luxo abrandou substancialmente.
Talvez por isso um estudo recente de uma universidade norte-americana tenha colocado a Letónia como um dos países mais infelizes do Mundo.
Quanto às pessoas, os 30% de russos e a maioria letã mais os cruzammentos de gentes e raças, resultaram num produto interessante.
As mulheres são de uma beleza nórdica mas com um toque eslavo e, por vezes algo asiático que lhes confere uma graça muito própria.`Há alturas do dia no centro de Riga em que parece termos sido transportados para uma passerelle qualquer: altas, louras, de olhos claros e rasgados, vestidas`com os últimos trapos da moda e botas de cano alto a salientar as pernas longilíneas, bem... podemos dizer que o fisioterapeuta da comitiva anda a ser muito solicitado para resolver torcicolos...
A cidade em si é também muito bonita. Rica em arquitectura medieval e manifestações de "art noveau", a paisagem urbana é uma sinfonia harmoniosa e rica em que as torres das igrejas funcionam como os instrumentos mais sonantes.
Depois, existe muita música. As melhores escolas de música e dança de Riga produziram nomes como o bailarino Barashnikov entre outros.
Riga vai deixar-me alguma saudade. Mas, aqui para nós, não era cidade para mim. Tenho saudades do peixe grelhado, do sal do Atlântico e, já agora, de mulheres com menos de metro e oitenta...
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