Prometi que nunca mais deixaria que me manietassem, que me enclausurassem, de corpo ou espírito. Porque os que partiram deram-me as chaves das algemas para que, assim que lavasse a água que me queimava os olhos, pudesse nunca mais chorar.
Em parte, resultou. Nunca mais chorei e, creio, nunca mais o farei. Mesmo que quisesse acho que me esqueci de como se faz.
Mas falhei. Deixei que me atassem novamente as mãos e cá estou, mais uma vez, prisioneiro nem sei bem do quê, objecto de intrigas, invejas e afogado num asco sufocante.
Tenho as mãos atadas. Mas libertar-me-ei. E não faço promessas. Não preciso.