sexta-feira, novembro 30, 2007
Mãos atadas
Prometi que nunca mais deixaria que me manietassem, que me enclausurassem, de corpo ou espírito. Porque os que partiram deram-me as chaves das algemas para que, assim que lavasse a água que me queimava os olhos, pudesse nunca mais chorar.
Em parte, resultou. Nunca mais chorei e, creio, nunca mais o farei. Mesmo que quisesse acho que me esqueci de como se faz.
Mas falhei. Deixei que me atassem novamente as mãos e cá estou, mais uma vez, prisioneiro nem sei bem do quê, objecto de intrigas, invejas e afogado num asco sufocante.
Tenho as mãos atadas. Mas libertar-me-ei. E não faço promessas. Não preciso.
sexta-feira, novembro 23, 2007
Sem palavras
As palavras são um empecilho. Uma ponte que rui, ruidosamente, cada vez que te tento explicar, mostrar quem (o quê, porquê) sou. Apetece-me rasgar o peito, abrir as costelas para cada lado, como de um livro se tratasse, arrancar o músculo palpitante e esfregá-lo, sangrento, numa folha de papel. Eis o meu testamento e a minha carta de amor.
quinta-feira, novembro 08, 2007
quarta-feira, novembro 07, 2007
segunda-feira, novembro 05, 2007
domingo, novembro 04, 2007
Jornal+ismo, Capital+ismo
Nunca quis discutir trabalho neste espaço. Sempre achei que era preferível guardar temas mais elevados ou mesmo mais limpos que a escravatura do homem pelo homem, termo marxista para o que é mais conhecido nos moldes modernos, e num termo também herdado pelo tio Karl, como Capitalismo (desculpem a asneira).
Capitalismo que, nos dias que correm, rima cada vez mais com jornalismo. Pelo menos com a indústria de produzir conteúdos que é ao que o jornalismo foi reduzido. Ou, como lhe chamo: charcutaria fina.
Exploração. Despedir os que ganham muito, manter os que ganham pouco e trabalham muito. A qualidade do produto é secundário, o que interessa é encher o chouriço (daí a charcutaria).
Recentemente, os administradores do grupo a que o meu jornal pertence -- e a merda começou precisamente com os grupos e para os "lobbies" políticos que legislam por sua encomenda --, vieram explicar que agora vamos ter de produzir conteúdos extra para o "site". E sim, claro, pelo mesmo preço. Um aumento de...contributo. A contrapartida era a formação em programas que se aprendem a dominar num par de horas. Ah...e mantermos os empreegos, o que hoje em dia... Vampiros de merda.
Hoje estive a falar com um empregado da SIC (somos todos operários agora) que explicou que agora trabalham para a SIC, para a SIC Notícias, para a SIC online, e ainda fazem uns "bicos" (a terminologia não é inocente) para o Expresso.
Temos de traçar a linha em algum lado. Infelizmente, como temos um sindicato que não existe, e que boicota sucessivamente a formação de uma Ordem dos jornalistas (perdiam os tachos), acho que a solução que se coloca a quem não está disposto a ser mais vampirizado e rebaixado é sair.
A porta está aberta.
Capitalismo que, nos dias que correm, rima cada vez mais com jornalismo. Pelo menos com a indústria de produzir conteúdos que é ao que o jornalismo foi reduzido. Ou, como lhe chamo: charcutaria fina.
Exploração. Despedir os que ganham muito, manter os que ganham pouco e trabalham muito. A qualidade do produto é secundário, o que interessa é encher o chouriço (daí a charcutaria).
Recentemente, os administradores do grupo a que o meu jornal pertence -- e a merda começou precisamente com os grupos e para os "lobbies" políticos que legislam por sua encomenda --, vieram explicar que agora vamos ter de produzir conteúdos extra para o "site". E sim, claro, pelo mesmo preço. Um aumento de...contributo. A contrapartida era a formação em programas que se aprendem a dominar num par de horas. Ah...e mantermos os empreegos, o que hoje em dia... Vampiros de merda.
Hoje estive a falar com um empregado da SIC (somos todos operários agora) que explicou que agora trabalham para a SIC, para a SIC Notícias, para a SIC online, e ainda fazem uns "bicos" (a terminologia não é inocente) para o Expresso.
Temos de traçar a linha em algum lado. Infelizmente, como temos um sindicato que não existe, e que boicota sucessivamente a formação de uma Ordem dos jornalistas (perdiam os tachos), acho que a solução que se coloca a quem não está disposto a ser mais vampirizado e rebaixado é sair.
A porta está aberta.
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