Recomendo vivamente a leitura do livro de José Gil "Portugal, Hoje: o Medo de Mudar". Li a entrevista que este pensador (considerado um dos maiores 25 pensadores do mundo pelo "Nouvelle Observateur") deu à revista Pública do último domingo e fiquei esclarecido.
"Vivemos paralisados pela inveja", afirma o autor, que coloca este sentimento bem acima desta condição: é algo que faz parte do próprio sangue deste povo.
E, de facto, ao reflectir no que diz José Gil, desde cedo que somos vítimas desta cultura da mediocridade. Desde os bancos de escola, os melhores alunos são reprimidos, marginalizados e só são integrados e aceites quando deixam de brilhar. É a cultura do lodo.
Inveja. Em vez de ganharmos força e motivação com o sucesso dos outros, em vez de procurar imitar o seu exemplo, arrumamo-los com rótulos, insultos, ou a assassina ironia de quem sabe que em Portugal todos vivemos com medo e sensibilidade à flor da pele. Porque este é um país verde, imaturo, sufocado durante anos pelo Salazarismo. Mas não só. É um medo atávico que prefere diminuir os outros à sua própria insignificância.
E é por isso que o país não anda para a frente? Versão Reader's Digest: Sim. Não só, mas claramente também.
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2 comentários:
Já agora uma pergunta: tu fazes parte de que grupo? Dos invejosos ou dos invejados?
Paula
Considerando a alegria com que escreveu o post "Justiça": talvez no primeiro. A coerência também é algo que não abunda em Portugal.
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